Como lidar com a birra?
Quem nunca assistiu a uma birra ensurdecedora de uma criança numa loja porque quer e tem de ter aquele brinquedo ? Todos nós. E quem já olhou para baixo e verificou que essa criança era sua? Muitos de nós. É um clube aos quais todos os pais vão pertencer numa altura ou noutra.
Embora ruidosas, desesperadas e embaraçosas (principalmente em público!) as birras não são mais do que manifestações da vontade da própria criança que, por volta dos 2 ou 3 anos, descobre que já se pode fazer ouvir… e de que maneira!
O comportamento infantil difere de criança para criança, e eu que o diga tenho duas e não podiam ser mais diferentes...
Vemos algumas crianças que contestam mais os limites e as regras impostas pelos adultos do que outras.
A minha mais pequena grita, chora,senta-se no chão ou simplesmente isola-se no quarto, já o mais velho agita os braços,chora, e diz que nada é justo.... são o retrato de quase todas as crianças que conhece-mos no fundo.
Engraçado é que geralmente elas fazem birras pelas coisas mais simples: não querem comer a sopa, não querem tomar banho, não querem dormir, querem aquela boneca ou guloseima no hipermercado (porque é que os levamos para estas lojas?!). Querem e não querem porque já descobriram que é possível terem vontades – agora se essas são satisfeitas ou não, isso já é outra história.
Esquecendo, por hora, o volume destas birras, o desânimo e a impaciência que desperta nos pais, há um lado positivo destas “criancices”: no fundo, as birras são uma manifestação saudável das emoções, sentimentos, vontades e necessidades da criançada. Afinal, estão a desenvolver a sua personalidade, só não sabem como expressar-se da melhor forma, porque nas suas mentes (sim, não nos podemos esquecer que estamos a falar de "criaturas" de um palmo e meio!) apenas querem satisfazer a necessidade do momento e muito rapidamente – nesta altura das suas vidas não têm qualquer outra preocupação, se não a contestação dos pais.
Mas na maior parte dos pensamentos dos pais vai a pergunta O QUE FAZER?.....
Alguns pediatras/psicologos apresentam-nos várias soluções, alguns dizem Mantenha a calma - mais fácil falar do que fazer , é talvez a coisa mais difícil de fazer no meio de uma sessão de birras, mas sem dúvida a mais eficaz.
Ignore-a- pois por vezes não é fácil principalmente se forem 23horas eles não quiserem dormir e começarem aos gritos ... sintimo-nos até um pouco desumanos por ignorar uma criança, mas no fundo, pretende-se que ignore a birra – não responda à criança, não olhe para a criança, não acuse o seu comportamento de forma alguma. Nas primeiras birras esta atitude pode não resultar em nada, aumentando até a sua intensidade (para chamar a sua atenção claro!) mas, se o fizer regularmente, as birras vão acabar porque a criança vai perceber que não estão a surtir efeito, agora só falta mesmo ser muito paciênte e rezar para que todas as birras ocorram durante o dia.
Não ameace com castigos que não vai conseguir cumprir. Concordo plenamente, alias falo por experiência própria ...esta é a melhor soluçao apartir dos 4/5anos , mas claro tem de ser cumprida a risca, nada de corações moles ao ver os olhinhos de anjinhos, se castigamos temos de cumprir, não precisam de ser castigos severos.
Começem por retirar por x tempo aquele brinquedo favorito , se não resultar podem sempre retirar a televisão do quarto ou até mesmo o computador( resulta em todas as idades). Se no entanto optar por esta estratégia "ameaçadora", mas sem consequências reais, a criança não terá problema algum em repetir a birra. Uma criança tem de estar ciente das consequências que possam advir das suas ações, boas e más. Da mesma forma que deve ser elogiada por ter arrumado o seu quarto ou brinquedos, tem de ser castigada se bater no irmão ou fizer uma birra.
Converse muito. Apartir de uma certa idade torna-se importante conversar sobre as birras e a sua origem com a criança.
Fazer-la entender o porque do não dos pais e transmitir a mesma o porque do castigo, o que estava certo e o que estava errado, porque é que não pode voltar a acontecer, as consequências de uma futura birra e as consequências do bom comportamento. A autodisciplina é ensinar a criança a controlar, positivamente, as situações em que se encontra.